Por gostar das disciplinas de exatas, curtir tecnologia e inspirada por meu pai, um engenheiro muito dedicado, me interessei pelo curso de engenharia elétrica. Cursar uma faculdade de engenharia me exige dedicação e apreço, mas também me inspira. As invenções da ciência moderna mostram que as pessoas podem criar coisas antes inacreditáveis. Durante meu curso, me interessei ainda mais por programação e aos poucos fui me direcionando para a área de robótica.
Meu primeiro contato foi a partir de um pequeno projeto de um robô seguidor de linha em um minicurso ministrado pelo ramo estudantil, IEEE Cimatec, desde então vim estudando cada vez mais competências da robótica. Ingressei no Centro de Competências como voluntária e durante este período aprendi outras linguagens de programação, tais como Python e C++. E utilizando o ROS e o Gazebo desenvolvi simulações de robôs móveis. Em seguida, durante alguns meses, fui bolsista em um projeto de AUVs (Autonomous Underwater Vehicle, veículo submarino autonômo) no qual pude auxiliar em simulações e pesquisar sobre robôtica submarina. Em meu quarto ano de faculdade, me inscrevi para ser estagiária no Centro de Competências de Robótica e Sistemas Autonômos no Senai Cimatec,lá iniciei um projeto de um robô bípede, Walker. Desta forma passei a estudar sobre robôs humanóides autonômos, a cinemática de robôs bípedes e ferramentas de desenvolvimento de projetos, e também participei de pesquisas sobre manipulação autonôma voltada para veículos submarinos no projeto AUM.

Atualmente continuo estagiando e estudando robótica, agora em um projeto de um robô autonômo de inspeção em subestações, me aprofundando em navegação autonôma e estudando outras ferramentas de simulação.
Em todas estas experiências aprendi muito com meus colegas, e mesmo sendo um ambiente ainda masculinizado; fui acolhida, pude colaborar e receber suporte. Também trabalhei e estudei ao lado de mulheres altamente capazes. E reforçar esses laços foi essencial no meu desenvolvimento. Nós mulheres ainda não estamos em igualdade nos postos de trabalhos e cargos de lideranças na robótica, situação que se acentua ainda mais ao tratar de mulheres negras e indígenas.
Apesar disso, acredito que um ambiente heterogêneo se torna mais criativo e vejo a ciência como um caminho que ainda será ocupado por mulheres. O quanto já não teriamos avançado como sociedade se todos recebessem oportunidades e pudessem excercer suas qualidades?
A fim de inspirar ainda mais meninas a ingressarem na robótica, sugiro a leitura, da matéria publicada pelo RobotHub, citando 30 mulheres que estão tomando seu espaço robótica.
Autora
![]() |
|
---|---|
Brenda Alencar | |
Estagiária no CC-RoSA, graduanda em Eng. Elétrica. Participou de projetos de Robótica Subaquática e Manipuladores Subaquáticos. |